Formada entre montanhas, a pequena cidade de Brazópolis parece apenas ser um fim de mundo onde habito, mas é no fim que se encontra o início de novos mundos. O clima e a posição geográfica podem parecer um motivo para se sentir sufocado e banido do universo das metrópoles, sobretudo neste tempo em que a vida social é colocada em destaque. Mas neste exílio, também se encontra, para uma multidão de homens peregrinos deste mundo, um tesouro inesgotável de humanidade.
Vemos com tristeza os abusos cometidos contra as pessoas: guerras, violência e tantos outros tipos de horrores que surgem no mundo além da nossa divisa territorial e, se isso nos assusta, temos que aprender a conhecer a nós mesmo.
Este tesouro onde habitamos, talvez ainda seja uma pedra bruta, mas que lapidada será a cobiça dos que procuram um bem maior.
Andando por nossa cidade é que vejo as moedas do baú: a natureza, as tradições e a frente moderna e convencional de nossos jovens que agora despertam. A natureza nos convida a encontrar nosso Criador ou a nós mesmos e que a cada novo olhar mostra-nos sua raridade.
As tradições que nos levam a tempos distantes: barrocas e rituais milenares (quem sabe conhece) e as festas iluminadas pelo lúdico que nos tornam membros da história.
Por fim é a terra de amizades e de amores dos que plantam e colhem e com esperança aguardam sempre a chegada de um novo sol atrás do morro do cruzeiro.